Recoleta

Destaque do circuito turístico de Buenos Aires, a Recoleta oferece aos seus visitantes um inconfundível charme parisiense. Não é para menos: um dos bairros mais elegantes e caros da capital, este é o endereço da aristocracia portenha, abrigando mansões, embaixadas e luxuosos hotéis inspirados na arquitetura francesa. Atualmente, uma de suas vizinhas mais famosas é a ex-presidente Cristina Kirchner, que mantém um apartamento na região.

O nome do bairro deriva de Orden de la Santa Recolección de la estrecha observancia del Señor San Francisco, pois os frades foram seus primeiros habitantes após a inauguração da igreja paroquial de Pilar, em 1732. Quando Buenos Aires sofreu a grande epidemia de febre amarela, na década de 1870, os descendentes dos protagonistas da independência argentina se mudaram para o bairro, onde, devido à altura do terreno a presença de insetos transmissores da doença diminuía consideravelmente.

Assim, junto com alguns setores dos bairros vizinhos de Retiro e Palermo, a Recoleta passou a fazer parte da região conhecida como Barrio Norte, uma área residencial tradicional das camadas mais abastadas da sociedade portenha, onde se concentra boa parte da vida cultural de Buenos Aires.

Existem algumas opções para chegar ao bairro, depende do local que você deseja visitar primeiro. Para começar pela região da Plaza Francia, o núcleo histórico da região, você pode pegar os ônibus 17, 62, 67, 92, 93, 110, 124 e 130. Se você não tiver problema em caminhar um pouco, a estação final da linha H (Las Heras) está a poucos quarteirões.

Construída pelos jesuítas, a Basílica Nuestra Señora del Pilar conserva altares, imagens e ornamentos originais. Um dos pontos turísticos mais visitados de Buenos Aires, o Cemitério da Recoleta não é famoso só por guardar os restos mortais de Eva Péron, mas por seu valor arquitetônico – mais de 90 mausoléus foram declarados Monumentos Históricos Nacionais.

Por fim, o Centro Cultural Recoleta oferece uma programação variada, que vale a pena conferir. Uma atração imperdível é o espetáculo do grupo Fuerza Bruta, uma espécie de Cirque du Soleil argentino. Se você está viajando com crianças, mesmo que seja só a sua interior, o museu Prohibido No Tocar fica dentro do mesmo complexo e é indicado – como eles mesmos dizem – para curiosos de 4 a 100 anos. Diversão garantida!

O Buenos Aires Design está aí ao lado e oferece, além de opções de comprinhas para casa, algumas alternativas de restaurantes. Do outro lado da praça, você encontra ainda o Palais de Glace. Inaugurado em 1910 como pista de patinação no gelo e clube social, o local teve diferentes funções até, finalmente, abrigar o Salão Nacional de Belas Artes e assumir seu rol definitivo de sala de exposições.

Atravessando a Avenida Del Libertador, você chega às portas do imponente Museu Nacional de Belas Artes. Com uma coleção de mais de 12 mil obras, este é o acervo público mais importante do subcontinente, com nomes como Rodin, El Greco e Rembrandt. Cruze a passarela sobre a Avenida Presidente Figueroa Alcorta e tire algumas fotos na bela – e enorme – escadaria da Facultad de Derecho. Aproveite para visitar a vizinha do campus, a famosa Floralis Genérica. Feita em aço inoxidável e alumínio, a escultura de 20m de altura é a primeira controlada por um sistema hidráulico e de células fotoelétricas, que à flor se movimentar de acordo com o sol. Há algumas quadras daí, a Biblioteca Nacional é um dos maiores exemplos de arquitetura brutalista.

Para conhecer a movimentada Avenida Santa Fé, você conta com inúmeras opções de ônibus, além das estações Agüero (Linha D) e Santa Fé (Linha H). Não deixe de visitar a livraria Ateneo Grand Splendid, que conserva a arquitetura do antigo cine teatro que a abriga. Aproveite para visitar as exposições do Espacio Fundación Telefônica e fazer comprinhas na galerias Patio del Liceo e Bond Street.