A História do Vinho na Argentina
Conheça a história do vinho argentino, desde o cultivo pelos primeiros imigrantes europeus até o a produção do Malbec, o que colocou a Argentina no mapa do vinho mundial.
Quando pensamos na Argentina, muitas coisas nos vêm à cabeça. Uma delas com certeza é o vinho.
O vinho Argentino hoje é premiado e reconhecido mundialmente e está presente nas gôndolas de milhares de supermercados pelo mundo.
Mas nem sempre foi assim. A história da produção do vinho na Argentina começou até que há bastante tempo atrás, nos anos de 1500, mas foi apenas recentemente, a partir de 1800, que o processo se tornou mais profissional.
O Início da Produção do Vinho na Argentina
A produção de vinho na Argentina remonta a 1.536 quando o padre Juan Cedrón plantou em Santiago del Estero as primeiras videiras da Espanha, trazidas da cidade chilena de La Serena.
O propósito do clero era usar o vinho no ritual católico da Missa.
Os religiosos introduziram cepas ao final do séc. XVI pelo Rio de la Plata tornando a área de Concórdia um importante centro de produção.
Ao final do séc. XVIII, as províncias de Mendoza e San Juan iniciaram o cultivo das uvas.
Imigrantes europeus e o vinho na Argentina
Na segunda metade do séc. XIX, o aumento da procura interna e o grande afluxo de imigrantes italianos, espanhóis e franceses, contribuiu para o desenvolvimento do plantio das uvas nas cidades de San Rafael, Buenos Aires, Rosário, Córdoba e Tucuman, principalmente com a chegada da ferrovia, por volta de 1885.
Os Vinhos do Novo Mundo
Domingo Faustino Sarmiento, ex presidente argentino, foi o responsável pelo cultivo das primeiras cepas francesas por volta de 1853, quando, durante sua presidência, encomendou ao agrônomo francês Aimé Pouget replicar em Mendoza o que havia de cepas plantadas no Quinta Normal, na capital do Chile: botões de Cabernet, o Malbec e o Merlot.
Aos poucos, e com sucesso, o consumo internacional se abria aos vinhos do Novo Mundo.
Por volta de 1990, uma nova etapa na vinicultura teve início em Mendoza na Argentina quando se implementou um modelo de integração da economia nos territórios do mercado mundial.
Empresários nacionais e estrangeiros investiram no desenvolvimento de novas tecnologias, sistema de cultivo e seleção de variedade de uva e a indústria do vinho Argentino começou a se posicionar no mercado internacional.
Novas tecnologias trouxeram uma outra revolução, principalmente o processamento do vinho em cubas de inox com controle de temperatura. As culturas do vinho estão em oásis irrigados com água fresca produzida pelo degelo da Cordilheira dos Andes e regadas através de canais e aquedutos ou ainda, utilizando-se de novo método de irrigação por gotejamento.
A combinação entre o sol e o solo pobre em umidade – porém com muita matéria orgânica condensada – fazem das uvas produzidas próximo às áreas montanhosas da Cordilheira dos Andes ricas em glicose e etanol, resultando em excelentes vinhos.
Em 2013, o vinho argentino foi declarado “Bebida Nacional”
Em 2013 o governo declarou o vinho como bebida nacional. A lei estabelece que o logotipo ‘Vinho argentino, bebida nacional’ figure nos rótulos das garrafas de produção nacional. O logotipo ficou bem bacana.
As Variedades do Vinho na Argentina
A Argentina produz excelentes vinhos e a variedade é muito grande.
Podemos citar, além do Malbec, Bonarda, Cabernet Sauvignon, Sangiovese, Merlot, Syrah, Tempranillo, Cabernet Franc, Chardonnay, Semillón, Pinot Noir, Riesling, Torrontés, Chenin Blanc, Viognier e Sauvignon Blanc.
A Rota do Vinho na Argentina
A região vitivinícola na Argentina se extende desde Salta até a província do Rio Negro, com uma diversidade de climas, solos e altitudes que fazem de cada região um terreno único. Entre as regiões produtoras de vinho argentino estão: Salta, Catamarca, La Rioja, San Juan, Mendoza, Neuquén, Buenos Aires e Rio Negro. A mais famosa, bastante conhecida turisticamente é a região de Mendoza, com diversas opções de passeios para visita às vinícolas e bodegas.
Mendoza, a cidade do Malbec
Mendoza é a província mais importante na produção de vinho da Argentina, produzindo cerca de 70% de todo o vinho da Argentina sendo o 5º produtor do mundo. É reconhecida como capital do vinho e o Malbec é qualificado por especialistas como o melhor Malbec do mundo.
Existe até o Dia Mundial do Malbec, celebrado em 42 cidades do mundo no dia 17 de abril, inclusive no Brasil, mas que claro, em Mendoza as festividades são maiores.
As principais regiões de produção de vinho em Mendoza são Luján de Cuyo, Agrelo, Valle de Uco (Tupungato, Tunuyán e San Carlos) e San Rafael.
Turismo do Vinho em Mendoza
Na região de Mendoza são mais de 1.000 vinícolas, conhecidas também por Bodegas, e em torno de 100 vinícolas estão abertas à visitação, entre grandes vitivinícolas e pequenos empreendimentos familiares.
Na cidade existem contrastes de tecnologias avançadas no processo de cultivo, fermentação e comercialização do vinho, com conhecimentos tradicionais, passados de geração para geração na produção da bebida.
Mendoza é um dos destinos enoturísticos mais procurados na Argentina devido à facilidade de acesso, boa infraestrutura e clima ensolarado a maior parte do ano. Além do precioso e reconhecido vinho de Mendoza, a visita às bodegas vai além da bebida, um misto de história, gastronomia, cultura, arte, arquitetura e paisagens incríveis. Conheça as principais vinícolas de Mendoza clicando aqui.